Petiscamos: alimentos, manchetes de notícias, afetos... Buscamos nutrição. Mas será que temos a abertura necessária para achar ou preferimos permanecer na superfície, na dispersão e no petiscar que nem sempre nutre? Para ser um real buscador é preciso ter a humildade e a coragem de mergulhar, de se abrir para as profundezas dos oceanos. Despir-se de crenças aconchegantes que nos confortam, como roupas antigas já adaptadas ao corpo, é um desafio.
Textos desta edição:
- Nutrição Interior
- Escondida na alegria
- Praticar apreço
LER NA ÍNTEGRA
Ora ele parece curto, ora comprido. Mas nunca encolhe nem estica. O tempo fica parado, e somos nós que nos movemos. O tempo das obrigações nos pressiona do lado de fora, enquanto por dentro funcionamos em outro ritmo. A maturação interior precisa dos mergulhos na concretude do presente, mergulhos na textura da folha e nos cheiros da terra, mergulhos no tocar e ser tocado pela vida. Amarrados em burocracias e dificuldades – a maioria delas arquitetadas por nossas escolhas anteriores –, sentimos o tempo acorrentado. A densidade de tudo o que nos cerca torna o experimentar menos fluido e mais pesado.